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3 de março de 2012

Halloween - Projecto Mary Witch (2006)


Tirando um ou outro caso pontual, rap português nunca foi algo que me puxasse por aí além. Quando este disco saiu, em 2006, foi como uma lufada de ar fresco - diferente de tudo o que já tinha ouvido em português. Beats pesados, ambientes escuros e uma narrativa muito fácil de seguir, detalhada o suficiente para a imaginação não ter que se esforçar muito. Parte do meu amor por este disco prende-se com o facto dele ser sobre Lisboa e sobre uma realidade com que estou familiarizado (ainda que muito, muito por alto). É um disco pesado e de difícil digestão - possivelmente o melhor do género feito em Portugal.

"Mic meu, mic meu - há alguém que rime mais do que eu? Não Halloween, Shakur já morreu."

2 de março de 2012

Mobb Deep - The Infamous (1995)


Eu gosto de rap, mas tenho preferência por alguns estilos e movimentos dentro da cena. Não me apanho a ouvir qualquer rap, entenda-se. A minha cena preferida é a nova-iorquina de inícios a meio dos anos noventa. Para mim, são esses os anos dourados e de onde saíram os melhores discos, seja em termos instrumentais ou líricos. Os temas recorrentes nos rappers/grupos que mais gosto são os mesmos: vida na rua, armas, carros, tráfico de droga, crews, miúdas e por aí fora. Vendo bem, esses tópicos são mais ou menos inerentes ao estilo de rap que surgiu nessa altura.

Os Mobb Deep, para além de instrumentais brutais - escuríssimos e pesados - tem letras super descritivas sobre os tópicos mencionados acima. O que os diferencia dos outros grupos é o ambiente que dão às músicas e a forma com descrevem a sua realidade (independentemente de ser real ou não). Este é um dos meus discos de rap preferidos e foi um dos que fiz questão de ouvir em Nova Iorque quando lá estive pela primeira vez. Há cidades que se sentem através da música que de lá veio, Nova Iorque é o melhor exemplo disso que já encontrei.

Hatebreed - Satisfaction Is The Death Of Desire (1997)


Os Hatebreed foram uma das primeiras bandas que ouvi quando comecei a ouvir hardcore, graças aos samplers da Victory que traziam sempre uma carrada de bandas (nem todas fixes, diga-se). Entretanto os anos passaram e os Hatebreed tornaram-se numa máquina de fazer hardcore metálico a metro. Curiosamente, eu nunca deixei de gostar deles e confesso que sou fã de todos os discos que eles lançaram. Será um guilty pleasure? Possivelmente.

Este disco, principalmente, foi o que mais me marcou e é um que continua na minha lista de discos preferidos, mesmo passados tantos anos. Creio que tenha sido dos primeiros discos a me introduzir à "parte parada". As letras são todas brutais e sobre tópicos bem mais interessantes e abrangentes que os da maioria das bandas do género, que optam por falar lá da rua ou dos amigos.
O título do disco - que é brutal - inspirou uma das minha tatuagens. A satisfação é a morte do desejo!

Terror - Lowest Of The Low (2003)


Lembro-me perfeitamente de ter arranjado este disco na altura em que saiu e de ter ficado parvo com a pujança que ele manda. De tempos a tempos aparecem discos destes, em que todas as letras são um tiro na mouche e todas as músicas são boas. Eventualmente, esses acabam por ser os discos que vão resistindo ao teste do tempo. Este é, claramente, um desses discos. Na altura, muito por causa dos membros da banda, soou-me a Carry On com a voz de Buried Alive mas hoje em dia, ainda que dê para notar a influência, o disco vive por si mesmo como sendo apenas Terror. Clássico moderno, sem dúvida!

Minor Threat - Minor Threat (1981)


Este (ou pelo menos o CD com a discografia) costumava ser um daqueles discos obrigatórios de se conhecer quando eu comecei a ir a concertos de hardcore. Não é difícil de perceber o porquê, uma vez que os Minor Threat são, até aos dias de hoje, uma das bandas de hardcore mais influentes de sempre em termos de atitude e espírito.

Este é o meu disco preferido deles, ainda que a minha música preferida - Little Friend - esteja noutro disco. Não dá para pedir mais raiva enfiada em oito músicas ao longo de nove minutos. As letras foram (e são) o espelhar de muitos sentimentos que eu tinha dentro de mim quando os ouvi pela primeira vez. Casar, beber, fumar, ser religioso, envelhecer, etc.: a minha visão sobre cada um deles é diferente daquela da maioria das pessoas e, na altura, ainda miúdo, a auto-identificação com as letras surgiu no instante em que as li. Essa auto-identificação dura até aos dias de hoje e muitos mais irá durar. "Não é quão velho sou, mas sim quão velho me sinto." Spot on, Ian, spot on.

Discharge - Hear Nothing See Nothing Say Nothing (1982)


Adoro TUDO sobre este disco. Tudo! Os Discharge são uma das minhas punk preferidas não só pelo som,  mas também pela imagem da banda e pelas letras. Escusado será dizer que são uma grande influência para mim. Eles foram-me "apresentados" pelos Sepultura num disco ao vivo onde tocavam uma cover da Protest And Survive. Não foi até anos depois, quando já ouvia hardcore, que me familiarizei com o resto da discografia deles (principalmente a fase mais punk).

As letras falam sobre o fim do mundo, quem o vai provocar (não é difícil de perceber quem) e criticam o poder entre outros tópicos semelhantes. No geral, é um disco bastante intenso e que não deixa muito tempo para respirar entre o começo e o fim. Quando tenho dúvidas em relação àquilo que sinto em relação à sociedade e à pressão que ela me coloca em cima, ouvir este disco atira-me sempre de novo para o lado certo da cerca.

Pennywise - About Time (1995)


Junto com o Smash, dos Offspring, este é provavelmente um dos meus discos preferidos de punk rock dos anos 90.  O estilo de som difere muito pouco da onda californiana daquela altura - riffs melódicos e muita velocidade - com refrões em coro bem conseguidos e letras boas, que têm tanto de simples como de inspiradoras. Eu não sei andar de skate, mas se soubesse, certamente que o faria ao som deste disco. Verdade seja dita, para além de Verão, ele não pede outra coisa.

Infelizmente não me consigo lembrar de quando o ouvi pela primeira vez, o que é uma pena, porque hoje em dia costumo ouvi-lo com alguma regularidade e gostava de ter essa memória. Enfim...!

22 de janeiro de 2012

Ratos de Porão - Feijoada Acidente? - International (1995)


Ouvi este disco pela primeira vez quando andava no 10º ou 11º anos, emprestado pelo Hugo (a alcunha dele era "Heavy", por ser um metaleiro daqueles com o pack completo). Na altura ainda se trocava CDs e foi graças a ele que conheci algumas bandas mais pesadas (umas boas, outras nem por isso), Ratos de Porão incluídos.

Este disco tem uma série de versões (de hardcore e punk de fins dos anos 70 e inícios de 80) que inspiraram os Ratos de Porão, funcionando assim como uma espécie de tributo. A parte interessante é que muitas das bandas são algo obscuras e as músicas nem por isso são a primeira escolha no que toca a qualidade, no entanto foi graças a este disco que conheci bandas como Dead Boys e Chaotic Dischord, já para não falar em Anti-Cimex, Kaaos e Rattus, que foram o ponto de partida para o meu agora fascínio por punk escandinado de início dos anos 80. Entre outras, também tem versões de Minor Threat, Dead Kennedys, Poison Idea, Circle Jerks e Black Flag.

A maioria das músicas têm, nas suas versões originais, muito má qualidade. Aqui, no entanto, algumas delas até ganham mais pujança. Se calhar é por isso que continuo a ouvir este disco mesmo passado tantos anos e já conhecendo a fundo muitas das bandas que eles escolheram. O que é certo é que não podia ter pedido melhor introdução à banda, que é agora, facilmente, uma das minhas preferidas. É nóis!

15 de janeiro de 2012

Madball - Look My Way (1998)


Acho que este foi o meu primeiro disco de Madball, comprado originalmente numa daquelas caixas no supermercado que vendiam os CDs mais baratos (neste caso os títulos menos vendidos da Roadrunner) e anos mais tarde melhorado para uma cópia em vinil. Sempre gostei imenso da capa, não sei se pelos tons de amarelo se pela disposição da banda.

Há muitas pessoas que argumentam que este é o disco mais fraco de Madball (até 2000 pelo menos, a partir daí a qualidade das músicas piorou muito e a qualidade dos álbuns é algo dúbia) mas para mim, este é tão bom ou melhor que os outros. Tem bons riffs, muito groove e algumas das melhores e mais verdadeiras letras de Madball. Pelo menos tem muitas com que me identifico bastante e às quais recorro mais ou menos regularmente. Digam o que disserem, não há como negar que este disco é um valente soco no estômago.

14 de janeiro de 2012

Zeke - Death Alley (2001)


Não me lembro muito bem de quando é que ouvi este disco pela primeira vez mas, a verdade, é que desde que isso aconteceu que ele toca regularmente na minha playlist e é, facilmente, um dos meus discos preferidos.

Não é bem punk rock, não é bem hardcore e também não é bem metal. É o quê, então? É uma mistura dos três que, obviamente, resulta numa bomba sonora com meia hora de riffs rasgantes, solos diabólicos e uma bateria que mais parece um carro de Formula 1 a fazer curvas a 150km/h no circuito do Mónaco. Juro que adorava estar a exagerar.

Tendo em conta o meu semi-fascínio pela cultura americana e principalmente pela cena biker, é mais que óbvio que adoro a capa.

Este disco passou a ter um lugar ainda mais especial no meu coração depois de ter sido um dos que mais ouvi enquanto planeava a minha viagem à Costa Oeste dos Estados Unidos, ficando assim para sempre associado a qualquer memória que tenha da viagem. Good times!

5 de junho de 2011

Nirvana - Bleach (1989)


Os Nirvana sempre tiveram um espaço especial no meu coração, muito por terem sido a minha primeira banda preferida. O primeiro CD que comprei, era deles. Papava tudo o que era entrevista com eles na Super Jovem, tinha posters nas paredes, etc... típico de adolescente nos anos 90. Na altura tinha 14 anos e a realidade é que embora tenha deixado de os ouvir tão regularmente durante um período de tempo (que coincide com a altura em que comecei a ouvir hardcore), eles sempre estiveram lá. Já tive vários discos preferidos deles, mas hoje em dia creio que seja este o que mais vou buscar para ouvir.

É áspero, é cru, é melancólico e é tudo aquilo que o rock tinha deixado de ser durante os anos 80. Claramente influenciado por bandas de hardcore dessa década, o som das guitarras é sujo e a estrutura das músicas relativamente básica. A atitude do disco é negativa e as letras não fazem grande sentido, parecendo estar lá só para encher o espaço. Para mim, é este o disco que tipifica os Nirvana como banda de rock alternativo. Depois veio o Nevermind, e todos sabemos o que aconteceu nos anos que se seguiram.

Rage Against The Machine - Rage Against The Machine (1992)


Juntamente com os Nirvana, os Rage Against The Machine foram uma das bandas que mais me influenciou (e a minha maneira de pensar/atitude perante o mundo) durante os meus anos de adolescente. Nunca deixei de os ouvir e ainda que celebre toda a discografia deles, este continua a ser o meu disco preferido. Melhores músicas, melhores letras e uma produção difícil de igualar.

Curiosamente, tendo em conta há quanto tempo foi lançado, o disco continua actual e o som fresco. O som é único e nunca chegou a ser copiado ou emulado, simplesmente por ser impossível fazê-lo sem soar igual. A mensagem é super-política e foca-se grandemente na história americana e no controlo exercido pelo governo sob os cidadãos - como se fosse um abrir de olhos. Um dos pontos altos do disco, para além da estrutura músical bem conseguida, tem que ser a bela colecção de riffs que Tom Morello apresenta. Não querendo, claro, tirar mérito aos outros membros da banda.

O meu fascínio por eles não se prende simplesmente à música que tocam, mas sim a toda a força que têm em termos de fazer alguma coisa por uma causa em que se acredita. Cépticos criticam o facto de usarem uma multinacional para o fazer, eu pessoalmente acho que faria o mesmo se estivesse na posição deles. Decerto que não haverá melhor maneira de chegar a um alargado número de pessoas sedentas por informação, por uma causa e por algo que lhes faça pensar naquilo que são e por que o são. Eles bem que dizem... your anger is a gift. Pena que tanta gente continue com uma atitude passiva em relação áquilo que lhes faz pior.

Pantera - Cowboys From Hell (1990)


Os Pantera foram a primeira banda com uma sonoridade mais pesada que ouvi e também a banda que me apresentou a um estilo de metal mais extremo que o thrash que eu ouvia na altura. Ainda que este não tenha sido o primeiro disco que ouvi deles, rapidamente lá cheguei. Hoje em dia, passados muitos anos, este é o disco deles que mais oiço e aprecio.

Tendo em conta que o disco é de 1990, há que dar todo o mérito aos Pantera por terem influenciado toda uma geração de músicos e bandas com o seu estilo de metal mais groovy, mais lento e menos épico que o que se tinha feito até então. Algumas das músicas são possivelmente das melhores da carreira deles e não tenho dúvidas que a parte final da Domination tenha dos riffs mais pesados alguma vez escritos por uma banda de metal. Headbang, do início ao fim, como só o Phil, o Rex, o Dimebag e o Vinnie Paul sabem proporcionar.

30 de maio de 2011

Vision Of Disorder - Still (1995)


Quando comecei a ir a concertos de hardcore, não era incomum comprar-se CDs à confiança, ou por se ter ouvido falar na banda ou gostar da capa mas regra geral sem se saber se eram bons ou maus. Ainda comprei uns quantos assim e embora tenha havido alguns que rapidamente encontraram o caminho para fora da minha colecção, outros ficaram lá até aos dias de hoje. O Still comprei-o na Carbono antiga porque estava barato, uma vez que só tem 6 músicas. Claro que naquela altura eu punha quantidade acima de qualidade, típico de miúdo novo na cena que quer descobrir o máximo possível, e se pudesse levar dois CDs pelo preço de um (independentemente do número de músicas) fazia-o.

Este disco, como muitos outros da cena de Nova Iorque de meio dos anos 90, tem uma sonoridade mais pesada que os exemplos clássicos da década anterior. Uns gostam, outros não. Eu por mim confesso que não há-de ser por acaso que a maioria das bandas de metalcore que eu oiço misturem hardcore e metal na medida certa. Os Vision Of Disorder, embora viessem a mudar um pouco o estilo de som mais tarde na carreira, não são excepção à regra. Músicas bem compostas, groove, variedade rítmica, boas (boas!) letras e um vocalista capaz que não se prende no habitual cliché do vocalista de hardcore, brincando um pouco com a voz sempre que possível. Não é um clássico per se, mas é certamente um disco essencial em qualquer colecção.

26 de maio de 2011

The Prodigy - Music For The Jilted Generation (1994)


O meu primeiro contacto com os Prodigy deve ter sido através do canal alemão VIVA há já bastantes luas atrás. Na altura, uma música como a Voodoo People não passava despercebida, visto que mistura um sample de guitarra com uma batida quebrada e tinha uma energia ligeiramente fora do normal para o conceito habitual de música electrónica nos anos 90. O som era mais arrojado e menos standard. Não foi até anos mais tarde (não havia internet e o dinheiro só chegava para certo número de CDs por mês), que arranjei o disco completo e o pude saborear por inteiro.

Este disco representa um passo em frente na carreira dos Prodigy, sendo menos plástico e colado à cena rave que o anterior. As músicas são mais duras, mais sujas e mais escuras. Aquela alegria e bem estar que o techno normalmente emana, aqui é quase não-existente. Até certo ponto, pode-se considerar que os Prodigy foram pioneiros em estilos como o break beat ou o drum'n'bass, estando neste disco vários exemplos disso. Se calhar é um bocadinho longo, com cerca de 1 hora e 20 minutos de duração, e se calhar não é um disco que oiça todos os dias, no entanto não deixa de ser um disco que oiço com alguma regularidade e que nunca desaponta. Se tivesse que usar uma expressão inglesa para o descrever, creio que seria hard-hitting.

25 de maio de 2011

Morning Again - Hand Of Hope (1996)


Curiosamente, a primeira vez que ouvi este disco foi um par de anos antes de me envolver com hardcore, no fim dos anos 90. Também curiosamente, dessa vez que o ouvi lembro-me perfeitamente de não ter gostado assim muito dele e de o ter carimbado com um pass. Ironicamente, volvidos uns anos, os Morning Again viriam a tornar-se numa das minhas bandas preferidas, muito graças à sua mistura brilhante de hardcore com riffs metaleiros e letras politicamente conscientes. Não há uma unica música má neste disco, que não chega a um total de meia hora para 7 músicas.

As letras variam sobre uma série de tópicos polémicos como a autoridade da igreja, a influência da internet sobre nós e os interesses políticos por trás da não-descoberta de uma cura para a sida, entre outros. Eu gosto de discos que tenham uma boa mensagem por trás, principalmente se for bem construída e argumentada e os Morning Again conseguem fazê-lo de forma irrepreensível.

Madball - Ball Of Destruction (1989)


Os Madball são uma das minhas bandas preferidas, claro. Como não? Há assuntos que dispensam discussão, sendo este um bom exemplo disso. Este é o primeiro disco deles, que na altura não passavam de um projecto alternativo dos Agnostic Front com o irmão do Roger a cantar. A banda só começou a tomar forma depois de lançarem o Droppin' Many Suckers, atingindo o reconhecimento merecido com o Set If Off e deixando, a partir daí, a sua marca bem patente na cena hardcore até aos dias que correm.

As 8 primeiras músicas deste disco correspondem ao primeiro EP da banda que, curiosamente, numa altura em que os Agnostic Front estavam numa fase bem mais crossover soa bastante à fase inicial da banda, nos inícios de 80, incluindo até um par de covers deles. O som é cru, é rápido e é atabalhoado. O Freddy soa ao miúdo de 12 anos que era na altura e curiosamente, parte do charme deste disco vem daí. O resto das músicas são de uma gravação ao vivo na WFMU que valem a pena nem que seja pela conversa do Freddy entre elas. Neste set eles já tocam algumas músicas que viriam a sair no Droppin' Many Suckers e o Freddy já tem uma voz mais de homem, que dá logo outro feeling às músicas. No fim tem uma curta entrevista com o Roger, a explicar porque é que os Agnostic Front vão acabar e duas músicas deles, também ao vivo na rádio.

12 de setembro de 2010

Carry On - A Life Less Plagued (2001)


Se há coisa que eu adoro são discos com músicas que não soam a outras músicas. Gosto igualmente de bandas que não soam a outras bandas, como os Carry On. O A Life Less Plagued acompanhou-me nos meus anos formativos de hardcore e continua a ser um disco que ainda oiço regularmente. É um excelente disco de hardcore com uma energia difícil de medir, letras altamente inspiradoras e com grande foco no straightedge, uma produção potente e composição musical muito acima da média.

As letras continuam a me inspirar ano após ano e até certo ponto cada vez fazem mais sentido. É pena que a banda tenha acabado como acabou, com o vocalista entre cocaína e álcool às escondidas no backstage da ultima tour, mas fica o disco para a posteridade com a inspiração que emana.

11 de setembro de 2010

NoFX - So Long And Thanks For All The Shoes (1997)


Comprei este disco em Madrid, no ano em que saiu. Na altura não era fã de NoFX e, ainda goste bastante deste disco, isso foi algo que não mudou até aos dias de hoje. Toda a imagem e atitude galhofeiras à volta de bandas do género me desperta pouco interesse e passa, honestamente, um bom bocado ao lado.

No entanto, este disco é diferente. Comprei-o por indicação de um colega, sendo que na altura o hardcore ainda estava a um par de anos de distância da minha vida, e a realidade é que não desgostei do que ouvi. Não é hoje em dia surpresa para mim por que tal aconteceu, este disco é diferente de todos os outros da banda tendo uma sonoridade claramente mais hardcore, ainda que com os toques punk rock de marca dos NoFX. O resultado é um disco rápido, ligeiro e agradavelmente audível situado algures entre o punk rock e o hardcore. As letras são burras e sem nenhum conteúdo digno de atenção ou aproveitamento, algo que é infelizmente comum no meio a que este disco pertence.

Bulldoze - The Final Beatdown (1994)


Eu sou o tipo de pessoa que torce o olho quando vê alguém a classificar como hardcore o som de bandas que pouco ou nada tem a ver com o estilo, ética ou sonoridade do movimento. Nomeadamente a infindável onda de bandas ditas metalcore que empesta a cena hardcore desde há uns valentes anos. Miúdos do hardcore a tentar tocar metal, para mim, continua a ser, na grande maioria dos casos, mau metal e não metalcore. Há várias excepções, mas grande parte delas começaram nos anos 90 e por lá acabaram.

Não consideraria os Bulldoze uma dessas excepções porque para todos os efeitos, os Bulldoze são uma banda de hardcore. Talvez aquela banda que marca a linha onde acaba o hardcore e começa o metalcore e talvez a mais dura e pesada banda de hardcore, mas uma banda de harcore. The Final Beatdown é um dos discos mais marcantes da cena nova-iorquina dos anos 90 e pioneiro numa fórmula que não deixou de ser copiada desde então. A combinação perfeita de riffs muito lentos, algumas partes não muito rápidas e várias verdades ditas de forma pouco politicamente correcta fazem com que este disco seja um marco que não há-de ser superado. "Practice what you preach before your try to teach".