6 de fevereiro de 2012

Os meus discos preferidos - Parte I

Ah, demorou mas chegou. Olhando para trás, não consigo deixar de achar graça ao facto da ideia original deste blog ter sido, maioritariamente, escrever sobre os meus discos preferidos. É engraçado ver a evolução que teve e até onde me trouxe. Se não tivesse sido este blog, o mais provável era nenhum dos textos que escrevi até agora ter visto a luz do dia (e, acreditem, ainda há uns quantos para sair cá para fora). Mas adiante...! Chegamos assim aos meus primeiros 50 discos preferidos, sem ordem de preferência. A minha playlist tem cerca de 1000 álbuns que, embora não os conheça todos de trás para a frente, para lá caminho. Eu gosto muito da música que adoro e nasci para isto, não há dúvida. Longe vão os tempos de adolescente em que os meus pais pensavam que um dia me ia passar a mania dos Nirvana. Bom, a mania passou, é certo. O que não passou foi o amor pela música.

O meu gosto por música deve ter começado em 1990, junto a um rádio amarelo que o meu irmão recebeu num Natal e junto ao qual passámos horas a ouvir a Rádio Cidade e a gravar músicas directamente para cassete. Foi nele que ouvi a Enter Sandman pela primeira vez e foi nesse momento que provavelmente tudo mudou para sempre. Primeiro veio o Walkman, depois o Discman e, finalmente, o iPod. Companheiros inseparáveis e juntos em muitas aventuras.

Ficam aqui então expostos todos os primeiros 50 discos que figuraram no blog, pela ordem que foram publicados e com uma pequena nota sobre eles e sobre a minha música preferida.

Enjoy!



Dead Kennedys - Fresh Fruit For Rotting Vegetables (1980)
Os Dead Kennedys são uma das minhas bandas preferidas. Ainda que este não seja o disco que oiça mais regularmente, continua a ser um autêntico marco e obra prima na história do punk rock.

Música preferida: Podia ser qualquer uma das mais conhecidas mas, talvez pelo refrão sarcasticamente bizarro, a minha preferida seja a Forward to Death.

Project X -  Project X (1987)
Confesso que não é um disco que oiça com muita regularidade - além de ser demasiado curto, não prima pela qualidade da gravação. No entanto, se apanhar alguma banda a tocar uma cover ao vivo, é certo que não fico parado.

Música preferida: Shutdown, sem dúvida. Rápida, rasgante e raivosa. Como se quer.

Length Of Time - Shame To This Weakness Modern World (1999)
Mais um disco que não oiço muito regularmente mas que, de tempos a tempos, vai tendo o seu tempo de antena. Perfeito para o headbang e do melhor que se fez neste género pela Europa. Remonta-me para os tempos do Ieper Fest, quando os vi pela primeira vez.

Música preferida:  Nenhuma em particular, mas a ter que escolher uma, seria a primeira - Thought of the Enslaved - por ter um começo diabólico e me lembrar dos home videos da Goodlife.

Metallica - Master Of Puppets (1986)
Este foi o primeiro disco de Metallica que ouvi e, se calhar por isso mesmo, ocupa um espaço especial no meu coração. Foi ele que me introduziu a músicas com mais de 5 minutos e à velocidade. Muitas vezes rodou ele durante a minha adolescência. Hoje em dia sou capaz de pegar mais facilmente no Ride The Lightning ou no Kill 'Em All, mas isso não impede que sinta arrepios na espinha sempre que volto a ele.

Música preferida: Orion, sem dúvida. São 8 minutos de thrash metal progressivo (se é que tal existe). Brilhante.













Congresss - Angry With The Sun (1998)
Ah, os bons tempos da H8000 e as minhas primeiras viagens à Bélgica para ver concertos. Apenas boas memórias. Nos dias que correm já não recorro muito a nenhum destes discos, mas quando o faço sabe-me bem. As letras continuam tão on point como na altura.

Música preferida: Exhume the Truth, por ser autenticamente demolidora e possuídora e uma parede de riffs indomáveis.













Daft Punk - Homework (1998)

Foi o segundo disco de música electrónica que comprei, muito por causa dos vídeos deles que passavam na televisão (mal sabia eu que se iriam tornar num fenómeno anos mais tarde). O que me atraiu neles foi quão cool tudo era, desde o som à imagem do grupo. O disco em si é uma boa mistura de house com coolness que não envelhece.

Música preferida: Da Funk. No que toca a beats pesados, bons samples e uma linha bem ácida, não dá para arranjar melhor que isto.













Agnostic Front - Cause For Alarm (1986)

Os anos disseram-me que os Agnostic Front são a minha banda de hardcore preferida, e eu não o posso negar. Este disco, o primeiro na fase metal/crossover é uma autêntica bomba de pedal duplo e riffs afiados. Uma das melhores capas de sempre? Possível.

Música preferida: Nenhuma em particular, gosto do disco como um todo.













Right Brigade - Right Brigade (1998)

Não sei porquê, mas a verdade é que Boston tem muitas das melhores bandas de hardcore de sempre. E isto é excluindo todos os "hardcorezinhos" melódicos de fazer chorar as pedras da calçada. O meu hardcore, gosto dele com bolas. E no que toca a bolas, é difícil conseguir bater os Right Brigade. Apesar de alguns pormenores com a produção do disco, não há como negar quão pujante ele é. Isto para não falar nas letras. Ufff.

Música preferida: FTK, literalmente Fuck The Kids. Uma música curta com tudo o que uma música curta precisa: parte rápida, coro, parte lenta. A letra fala sobre miúdos que sabem muito pouco, destruírem aquilo que é de quem o construiu. Sim, em termos de hardcore.













Burn - Burn (1990)
Os Burn são uma daquelas bandas que ou se ama ou não se percebe. Para banda de hardcore, as músicas têm uma composição bastante complexa que as torna, ao mesmo tempo, interessantes. As letras são muito boas. Este EP só tem 4 músicas, mas cada uma é melhor que a anterior.

Música preferida: Todas a 4, são igualmente boas.













Marduk - Panzer Division Marduk (1999)
Não sou o maior fã do mundo de black metal, tenho que confessar. No entanto, há alguma coisa sobre este disco que faz com que o oiça regularmente desde a primeira vez que o fiz. Se calhar é por não ser o típico disco de black metal mas sim um ataque feroz à Igreja e uma explosão de blast beats e riffs dilacerantes? Se calhar. A produção também deve ajudar. Só há dois discos que oiço quando não aguento mesmo o que se está a passar à minha volta (normalmente conversas burras em filas) e preciso de fugir. Um deles é este.

Música preferida: Nenhuma em especial, uma vez que são todas muito semelhantes. Se tivesse mesmo que escolher, escolhia a que tem o nome do disco só pelo break de bateria logo ao início.













Integrity - Humanity Is The Devil (1996)
Este já foi, durante algum tempo, o meu disco preferido de Integrity. Com o tempo a minha opinião passou a cair mais para os primeiros discos. No entanto, isso não impede que continue a achar que este é um dos melhores discos deles.

Música preferida: Abraxas Annihilation! Para mim, uma das melhores músicas de Integrity. Tem todos os elementos que os tornaram numa banda de referência e é uma malha dos diabos.













Slayer - Reign In Blood (1986)
O primeiro disco a sério dos Slayer. Músicas mais curtas, mais rápidas e menos pastosas. Não que os anteriores sejam maus, mas este... este é qualquer coisa. É o tipo de disco que eu sou capaz de ouvir todos os dias, uma vez por dia, e não me fartar.

Música preferida: Jesus Saves. Para mim é um dos melhores começos de Slayer, com um build up brutal que resulta na inevitável descarga rápida que só eles sabem distribuir.













Ramones - Ramones (1976)
Não há muito espaço neste mundo para quem tente argumentar que os Ramones não são a melhor e mais influente banda de punk rock de sempre. São certamente uma das minhas bandas preferidas pela simplicidade das músicas, que, ao invés de as tornar chatas e aborrecidas, as transforma em autênticos hinos. Não esquecendo, claro, as letras, a imagem da banda e tudo mais. Só há uns Ramones e este primeiro disco, foi o que começou tudo.

Música preferida: 53rd & 3rd. Super-simples e ao mesmo tempo super-eficaz, não me consigo cansar dela. Principalmente depois de ter descoberto sobre o que é.













Brujeria - Raza Odiada (1995)
Que bomba! Death metal cantado em espanhol e 100% pró-México... só podia dar coisa boa. Não dá para negar a brutalidade das músicas e o bizarro das letras.

Música preferida: Nenhuma em particular.













No Warning - Ill Blood (2002)
Um dos meus discos preferidos de hardcore e um que roda bastante na minha playlist (embora não tão frequentemente quanto já rodou). Para mim é o The Age Of Quarrel da década passada, sem dúvida.

Música preferida: No Time For You, ainda que elas sejam todas boas. Prefiro esta porque tem uma das minhas quotes preferidas: "Just because you give a shit, doesn't make it worth my time."













Renewal - Repetitionbreedsinertia (2000)
De todas as bandas portuguesas que gostava quando comecei a ouvir hardcore, os Renewal são das poucas que aguentaram o teste do tempo. Metalcore limpo, bem tocado e com algum conteúdo (ainda que vago). Este é certamente um dos melhores discos que a cena hardcore portuguesa já produziu e continua a ser um que não me importo nada de ouvir.

Música preferida: Gone. Headbang, do início ao fim.













Queen - Greatest Hits II (1991)
Se me perguntarem qual é a minha banda preferida, eu tenho que dizer que são os Queen, muito por serem a banda que oiço há mais tempo (mais de 20 anos...) e que me acompanhou desde pequeno. Uma cassete perdida lá em casa atravessou comigo os anos 90 e ensinou-me a apreciar boa música. Oiço este disco em qualquer altura, em qualquer e com qualquer disposição. Adoro-o.

Música preferida: Todas, umas mais que outras, mas todas especiais à sua maneira.













SS Decontrol - Get It Away (1983)
Há quem ache que o primeiro disco de SS Decontrol é o melhor, mas eu prefiro este. É mais curto e mais pujante, para além de que tem uma cover de Buzzcocks. Hoje em dia já não me apanho a ouvi-lo muitas vezes (a produção é um bocado fraca) mas quando o faço, faço com gosto.

Música preferida: XClaim. Curta, não muito rápida e ácida q.b..













Death Threat - Peace & Security (2000)
Há discos que são pequenas lições de vida, muito em parte por causa das letras. Este é um desses discos e um ao qual recorro sempre que preciso de inspiração. Letras profundas sem entrar sequer perto do campo da mariquice ou da choraminguice. Letras para quem tem os dois pés na terra. O som ajuda a complementar um disco que é certamente dos melhores da década que passou.

Música preferida: Live and Learn, sem dúvida. Das letras mais inspiradoras que já li e que muita força me deu quando precisei dela.













Snapcase - Progression Through Unlearning (1997)
No que toca a metalcore, houve bandas durante os anos 90 que realmente conseguir fazer uma fusão perfeita entre metal e hardcore, trazendo novas sonoridades e ritmos para uma cena que parecia meio estagnada. O Snapcase, com o seu abuso de riffs e groove, são uma delas. Continuo a gostar desta banda como no primeiro dia em que a ouvi, já faz muitos anos.

Música preferida: Killing Yourself To Live. Apenas bom metalcore, nada mais a acrescentar.













Johnny Cash - At Folsom Prison (1968)
A história do Johnny Cash é uma história triste e atribulada, ainda que tenha os seus momentos de felicidade pelo meio. Uma coisa é certa, poucos conseguem deixar sentimentos tão vincados nas músicas como ele. Este disco é uma boa colecção de músicas de vários discos dele, tocadas ao vivo numa prisão nos Estados Unidos.

Música preferida: Orange Blossom Special. Brilhante a forma como a bateria emula o barulho de um comboio em movimento e a harmónica simula o apito. Brilhante mesmo!













Sublime - Greatest Hits (2001)
Se tivesse que descrever este disco com estação do ano, ela seria certamente o Verão. Ritmos quentes, boa onda, praia... o pacote completo. Ao contrário dos outros discos da banda, este não tem um número imensurável de músicas e é mais razoável em tamanho. Perfeito para acompanhar uma boa disposição.

Música preferida: Nenhuma em particular, gosto de todas.













Red Aunts - Saltbox (1996)
Eu ADORO este disco. Mesmo!! Se os Ramones fossem miúdas e tivessem aparecido uma década e tal depois, era isto que tinha saído. O espírito pelo menos é o mesmo. Despreocupação total e ripanço a dar com um pau. Eu tenho um fraquinho por bandas de miúdas, confesso, mas isto? Isto é abusar. Tem mais bolas que muitas bandas de gajos.

Música preferida: Várias, todas... sei lá. Quando oiço, oiço o disco inteiro. É assim bom!













Deftones - White Pony (2000)
Certamente um dos meus discos preferidos (daqueles que estão mesmo no topo da lista). Comprei-o na altura em que saiu e, ainda que não tenha ficado logo fã, tal não demorou a acontecer. As músicas do White Pony ganham outra dimensão ao vivo, uma dimensão difícil de explicar mas que está lá e nos envolve de uma maneira sobrenatural. Até elevo a fasquia: os Deftones são uma das minhas preferidas.

Música preferida: Korea. Aquela parte no meio com a guitarra solta e o Chino por trás leva-me à lua e traz-me de volta. A parte que se segue ainda é melhor. Bom, bom, bom!













F - You Are An E.P. (1983)
Este disco é um bocado obscuro. Os F eram de uma parte do Estados Unidos onde o hardcore era praticamente não-existente e este disco é pouco reconhecido muito por causa disso. É uma pena porque no que toca a 7"s de punk rock este é certamente uma boa pérola por descobrir. Rápido, melódico, intenso, ranhoso. Tem tudo para merecer mais reconhecimento. Eu adoro-o.

Música preferida: In Control. Boa música de punk rock, sempre a ripar, com bom coro e um breakdown brutal no fim.













Dying Fetus - Killing On Adrenaline (1998)
O problema de muitas bandas de death metal de fim dos anos 90 e inícios de 2000 é tentarem inventar demais. Bom, pelo menos para mim. Eu prefiro mais a onda técnica/brutal dos Dying Fetus. Sempre a esgalhar, blast beats, riffs afiados, e uma voz de meter medo ao susto. Apesar da produção deste disco ser um bocado suja, continua a ser um ao qual recorro quando preciso de ouvir algo nesta onda.

Música preferida: Nenhuma em especial, mas a ter que escolher seria a jocosa Kill Your Mother/Rape Your Dog. Ainda que seja a brincar (?) o instrumental é super-pesado e não deixa espaço para muita coisa a não ser headbang!













Ten Yard Fight - The Only Way (1999)
Certamente um dos meus discos preferidos do revival Youth Crew de fim dos anos 90 e o meu preferido da banda. É possuidor de uma boa dose de energia e positivismo e a qualidade da gravação não o deixa ficar mal.

Música preferida: The Only Way. Não só pela letra, mas também pela música em si, que tem a dose certa de partes lentas, ripanços e coros. "It's the only way of living, it's the only way for me."













Sex Pistols - Never Mind The Bollocks, Here's The Sex Pistols (1977)
Fico sempre de pé atrás quando alguém que goste de punk ou hardcore (dos anos 80) me diz que não gosta de Sex Pistols. Honestamente, não percebo mesmo. Mas pronto, to each his own. Não me apanham é a falar de música com essa pessoa. Este disco é um bom disco musicalmente (caso houvesse dúvidas) mas a chave de ouro é mesmo o tom arrogante da voz e as letras rebeldes contra tudo e todos. Um marco no punk rock e uma atitude contra o mundo. Mais que certamente.

Música preferida: Pretty Vacant. Nem sei bem porquê, acho que engracei com esta música desde o princípio. Anos e anos depois, passei a achar muita graça ao Johnny Rotten forçar o... Va-Cant no refrão. Principalmente depois de já ter vivido na terra da rainha quase 5 anos. Ofensivo? Na...! É impressão.













Count Me Out - 110 (2000)
Wow! Que disco! Hardcore rápido, ligeiramente melódico e... novo! Quer dizer, não é nada que não tivesse sido inventado mas os Count Me Out conseguem-se distinguir do resto do rebanho muito facilmente. Mais os anos passam, mais difícil é para mim ouvir bandas que soem a outras bandas. Quando digo soar digo soar IGUAL. Os Count Me Out são certamente uma das melhores bandas de hardcore da década que passou e uma que hei-de continuar a ouvir por muitos anos. Thumbs up para a originalidade.

Música preferida: Another Year. Bom, não há muito a dizer sobre uma música que começa com: "Those were the days - that's just a fucking lie, to make yourself feel better about what you left behind." Lembra-me sempre da cena portuguesa e o fantasma dos X-Acto que a assolou uns bons anos depois da banda ter acabado. Tirando isso... é uma grande música. Aquela paragem no meio é das coisas mais brutais que já ouvi.













Offspring - Smash (1994)
Não me lembro exactamente de quando é que ouvi o Smash pela primeira vez, mas sei que foi nos anos 90. Talvez 1996? O Paulo tinha o CD e nós ouviamos em casa dele às vezes depois das aulas. Green Day, Offspring... boa iniciação. Claro que continuo a ouvir o disco regularmente. No que toca a punk rock de puto surfista/skater não há nada que bata isto. Nada mesmo.

Música preferida: Bad Habit, sem dúvidas! Que bomba de música! Começo meio melancólico, arrancada do diabo e depois... bom, depois é o fim do mundo. Claro que aquela parte em que ele dispara 10 asneiras de seguida antes de mais uma arrancada também ajudou a impressionar um miúdo da minha idade.













Cro-Mags - Best Wishes (1989)
Há quem não goste dos Cro-Mags sem o Harley. Também há quem não goste deles sem o JJ. Eu é um bocado naquela, gosto dos dois. Um é hardcore, o outro... nem por isso. Este disco tem grandes riffs e letras brutais, mas há que admitir que vai buscar mais aos Metallica que aos Bad Brains. É um disco que oiço muito de fase em fase, mas também é um que se tiver a tocar não me importo nada de ouvir.

Música preferida: Crush The Demoniac. Esta é uma música que eu acho que devia fazer parte do The Age Of Quarrel (até porque a tenho num bootleg ao vivo dessa altura onde eles a tocam) e é brutal. Aqui soa um bocado metalada, mas o poder do refrão é irrepreensível.













Dying Fetus - Stop At Nothing (2003)
Comecei a ouvir Dying Fetus através da Goodlife e foram eles que me puseram a ouvir (e a apreciar) death metal mais técnico e este terá sido o primeiro disco assim dessa onda que ouvi. A história? O catálogo da Goodlife tinha, na boa, umas 10.000 bandas catalogadas e eu, sem nada melhor para fazer, lia sobre todas e depois ia ouvir as que me pareciam melhores. Ouvi muita trampa, mas os Dying Fetus são prova de que valeu a pena o esforço.

Música preferida: Onslaught Of Malice. Um ataque feroz de death metal técnico com blasts beats do demónio e muito, muito, muito headbang. É a segunda música a contar do fim e sempre um ponto alto quando oiço o disco.













State Of Alert - No Policy (1981)
O meu hardcore preferido é o dos anos 80, não deve ser novidade para ninguém. As ideias, a sonoridade, a atitude. Bom, se ainda sou do hardcore é por causa disso, porque me identifico. Este é o disco da primeira banda do Henry Rollins e que boa pastilha que é. Um ataque raivoso de guitarra afiada, bateria rápida e muito ride (tic tic tic). Frase preferida? "I'm not a book, you can't read me."

Música preferida: Girl Problems. Quarenta e nove segundos sobre namoradas psicóticas e controladoras que causam problemas. Rápida, contagiante e adolescentemente bestial.













V/A - New York Hardcore - Where The Wild Things Are... (1989)
Eu não gosto de compilações. Tirando claro, uma mão-cheia delas, incluindo esta. Por onde começar? Não sei, é uma boa pergunta. Acho que os nomes falam por sim: Outburst, Maximum Penalty, Life's Blood, Sheer Terror, Breakdown, Killing Time e mais. Do melhor hardcore que se fez em Nova Iorque no fim dos anos 90, na altura em que o Youth Crew já estava a meio caminho do seu próprio funeral.

Música preferida: Não posso dizer que tenho uma mas... The Hard Way (Outburst), Cup 'O Joe (Sheer Terror) e All I Ask (Breakdown).













Hamartia - Demo (2000)
Uma vez, há muito, muito tempo, apanhei esta Demo para sacar na internet. Saquei, ouvi e continuei e a ouvir por muitos anos que se seguiram. Meio incrível, não? São só 3 músicas, mas tem que ser do melhor metalcore que já ouvi na minha vida. Estes miúdos sabiam tocar! Mais tarde assinaram pela Goodlife e o resultado não foi muito fixe, mas pronto. Não se pode ter tudo!

Música preferida: Todas as três!













Cro-Mags - The Age Of Quarrel (1986)
Houve uma altura da minha vida em que ouvi este disco quase todos os dias durante muito tempo. Hoje em dia já não é bem assim, embora continue a ser um disco que adoro. Se calhar é só uma fase. Muito como em relação a outros discos, não percebo quem goste de hardcore e não goste deste. Faz-me confusão.

Música preferida: Life Of My Own. Para mim é a melhor música de Cro-Mags por vários motivos. O principal, para além do musical, é a letra. Profunda, directa e muito inspiradora. No disco todo, esta é a única música que me dá arrepios.













Gorilla Biscuits - Start Today (1989)
Não gosto de muitos discos de hardcore mais melódico. Usualmente, se não for o Start Today, dificilmente vou gostar o suficiente para lhe dar uma segunda oportunidade. Este é, para mim, um dos melhores discos de hardcore já feitos. Tudo perfeito, desde o som às letras. Principalmente as letras! É a tal cena, é melódico mas não deixa de ser hardcore. Coisa que as bandas que o tentam copiar não conseguem fazer.

Música preferida: Quase todas, mas a ter que escolher uma, escolho a First Failure. Sobre cair e levantar de novo para seguir em frente. Super-inspiradora.













Bulldoze - The Final Beatdown (1994)
Ah, aquela ténue linha entre hardcore e metal. Onde é que ela fica, afinal? Para mim fica nos Bulldoze. Hardcore demais para ser metal. Peso, muito peso. E letras que falam muitas verdades. É o disco que oiço quando estou chateado e a sentir-me capaz de bater em alguém. É boa terapia.

Música preferida: Respect Through Fear. Uma das melhores partes paradas do disco e, claro, uma quote que não podia ser mais verdade: "Practice what you preach before you try to teach." Às vezes acho que devia tatuar isto na testa.













NoFX - So Long And Thanks For All The Shoes (1997)
Nunca gostei de NoFX, e já tentei várias vezes ouvi-los para ver se já tinham feito o click. A excepção à regra é este disco, que ouvi pela primeira numa viagem de estudo a Madrid há muitos anos atrás. Creio até que tenha sido na altura em que o disco saiu. Bom, ao contrário do resto dos discos deles (punk rock galhofado sem ponta por onde se lhe pegue) este tem uma sonoridade mais hardcore e menos circle-pit-com-a-mão-aberta-na-cabeça-a-fazer-de-crista.

Música preferida: Falling In Love. Por nenhuma razão em especial, mas se houver uma música de punk rock dramático, tem que ser esta.













Carry On - A Life Less Plagued (2001)
Eu fui muito fã dos Carry On back in the day. Junto com outros discos, este continua a ser, para mim, um bom exemplo daquilo que o hardcore precisa de ter como ingredientes para sair qualquer coisa de jeito. Junta-se a isso a originalidade do som e está feito um dos melhores discos da década passada. Se calhar dispensava algumas das letras mais mariquinhas mas hey, dá para ver onde é que o vocalista acabou.

Música preferida: Rethinking. Ironicamente, umas das minhas músicas preferidas é uma das que tem uma das letras mais mariquinhas. Vá-se lá perceber. O build up final é... breath taking!













Madball - Ball Of Destruction (1989)
Gosto de acreditar que algumas bandas são lições obrigatórias na escola do hardcore, mas às vezes fico surpreendido. Este disco tem o primeiro EP de Madball, que é super-podre e absolutamente brutal ao mesmo tempo, e uma gravação ao vivo junto com umas entrevistas aos Agnostic Front. É bom demais!

Música preferida: São tantas... Mas se tiver que escolher uma escolho a Smell The Bacon/What's With You só porque tem uma das minhas entradas preferidas. Aquela linha de baixo inspira muita desordem no mosh pit.













Morning Again - Hand Of Hope (1996)
Uma das minhas bandas preferidas. Tudo o que fizeram é brutal e a sua audição por estas bandas é relativamente regular. Este é, consoante a disposição, o meu disco preferido deles. Foi também o primeiro que ouvi, antes de saber sequer o que era hardcore. É um bocado pretensioso falar em obras-primas do metalcore mas, honestamente, é isso que ele é. 30 minutos de puro e intenso metalcore.

Música preferida: America On Line. A música é brutal, mas é mesmo a letra - sobrea a influência que a internet tem sobre nós e como nos consome - que me faz escolhê-la como preferida.













Prodigy, The - Music For The Jilted Generation (1994)
A minha introdução a este disco foi feita através da Voodoo People que, algures nos anos 90, estava em todo o lado. Claro que a ligação ao disco não surgiu imediatamente (isto foi tudo pré-internet) mas quando tive oportunidade de o ouvir pela primeira vez, fiquei colado. Eventualmente foi daqui que surgiu o meu gosto pelo drum n bass. Quem sabe?

Música preferida: Nenhuma em especial, ao fim do dia continua a ser um disco de música electrónica.













Vision Of Disorder - Still (1995)
Ai, este hardcore metalizado dos anos 90 chega a ser a minha perdição. Agora nem tanto, mas há uns anos pelava-me sempre que descobria bandas novas que eram, como os Vision Of Disorder, brutais! Tanto é rápido, como é lento, como é gritado, como é cantado. É bom, é muito bom. Certamente um dos meus discos preferidos. Mesmo!

Música preferida: Todas!













Pantera - Cowboys From Hell (1991)
Junto com os Metallica, os Pantera foram os responsáveis pela minha introdução à música pesada. Os meus primeiros discos de metal, entre meio e fim dos anos 90, foram o Master Of Puppets e o The Great Southern Trendkill. Se um me ensinou a apreciar melodia, o outro desancou-me com peso e rapidez. Passados muitos anos e tendo eles passado ao estatuto de banda de culto na minha consideração, o meu disco preferido de Pantera acaba por ser este. É um autêntico assalto ao juízo de qualquer bom apreciador de metal. Mais puro que isto é impossível.

Música preferida: Domination, só por causa da parte do fim, que é mais ou menos como ser atropelado por um camião. Digo eu, se calhar é pior ainda.













Rage Against The Machine - Rage Against The Machine (1991)
Se falarmos de bandas que me influenciaram ao longo da vida, os Rage Against The Machine têm que figurar na lista. Não só por causa do som, mas também por causa das letras e causas que defendem. Eu sempre fui meio rebelde (nem sempre pelos melhores motivos) e descobri-os na altura certa da minha vida. Este é o meu disco preferido deles e, na minha opinião, dificilmente se diz que já foi lançado há 20 anos. Musicalmente irrepreensível.

Música preferida: Know Your Enemy.













Nirvana - Bleach (1989)
Os Nirvana foram a banda da minha adolescência. Lembro-me perfeitamente do dia em que soube que o Kurt Cobain se tinha suicidado e, com os meus 12 anitos, ter ficado triste por não os poder ver ao vivo. Não que tal fosse acontecer, claro, mas vivia o sonho. Os anos passaram e o amor ficou. No entanto, o disco preferido passou a ser o Bleach, por motivos mais ou menos óbvios. A crueza que apresenta é pouco igualável e, até certo ponto, única.

Música preferida: Love Buzz, ainda que não seja original deles. Dá-me vontade de andar a rodopiar pela sala até cair.













Zeke - Death Alley (2001)
Disco rápido (rápido!) e que não dá descanso do início ao fim. Parece descrição de disco para mim? Claramente. Então se adicionarmos o sabor do deserto e uma auto-estrada quente no Verão ainda mais. Este disco não deixa grande espaço para fôlego mas, ainda assim, foi o que mais me acompanhou enquanto marcava a minha aventura pela Costa Oeste dos Estados Unidos. Boas memórias me traz!

Música preferida: The River. Por algum motivo, a parte parada faz-me sentir como se estivesse no Grand Canyon. Não sei por que acontece e acho que não quero saber. Sabe-me lindamente.













Madball - Look My Way (1998)
Acho que este foi o primeiro CD que tive dos Madball. Devo tê-lo comprado numa daquelas caixas de supermercado que têm CDs em promoção. A Roadrunner não deve ter vendido o suficiente e toca de despachar à toa. Ainda bem, foi boa compra. Há dias em que este é o meu disco preferido de Madball, embora isso também mude constantemente. O disco mais groovy e, arrisco dizer, com melhores letras. É as real as it gets!

Música preferida: Nenhuma em especial, embora a Look My Way seja uma malha bem pesada.













Ratos De Porão - Feijoada Acidente - International (1995)
Vou gostar para sempre deste disco por me ter apresentado a uma carrada de bandas que provavelmente não chegaria a conhecer de outra maneira. A primeira vez que o ouvi foi emprestado por um colega de turma que tinha CDs de tudo e mais alguma coisa (no que tocava a metal). Fico-lhe grato para sempre por me ter emprestado este. Não mudou a minha vida, mas quase.

Música preferida: Há várias, mas a que mais me marcou foi logo a primeira: Fuck Off And Die, cover de Chaotic Dischord.

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