4 de novembro de 2012

Road Trip: Goodlife Fest 2012

Quando quatro pessoas que se conhecem há mais de dez anos planeiam juntar-se para ir ver uma banda que adoram há mais ou menos esse mesmo tempo, o resultado só pode ser uma viagem brutal e digna de ser arquivada na gaveta das aventuras. O Leo e o Tofu sugeriram há uns bons meses - quando o cartaz do Goodlife Fest foi anunciado - que seria uma boa ideia viajar até à Bélgica, uma vez que estavam a pensar cá vir nessa altura. Por mim tudo bem, claro. Não só iriam tocar os Congress, como também os Crawlspace (que foram adicionados mais tarde), os Six Ft Ditch e mais uma série de bandas que não me diz nada por aí além. O Nuno juntou-se aos planos umas semanas mais tarde e ficou tudo por planear até... até... exactamente cinco dias antes da viagem, à boa moda portuguesa.


Problema? Não. Dois ou três telefonemas feitos por mim e meia dúzia de cliques resolveram a situação. Tínhamos o Vauhall Corsa reservado por £48, uma estimativa de £70 de gasolina para gastar na viagem, £40 de seguro para poder sair aqui da ilha, £10 do bilhete do concerto e £25 (!) do ferry de Dover para Calais - que foi descoberto meio às duas pancadas e quase a um quarto do preço de todos os outros. Assim sendo, o budget feito à última da hora dava a modesta quantia de cerca de £45 cada um pela viagem. Mais em conta era impossível. Claro que não tínhamos sítio para dormir na noite de sábado, depois do concerto, mas isso era apenas um pormenor que não assustava nenhum de nós - muitos anos de hardcore, possivelmente.

O Leo e o Tofu chegaram na sexta-feira à hora de almoço e o Nuno mais tarde, ligeiramente depois da hora de jantar. Nessa noite não fizemos muito mais que ver algum lixo na televisão, imprimir bilhetes, confirmações, mapas, etc. O costume. Antes disso fomos ao supermercado comprar comida para comer na viagem: pão, queijo, sumo de laranja e mais umas fatias de galinha e outras coisas do género. A hora de dormir veio por volta da meia-noite e meia, com os despertadores acertados para as oito horas da manhã, de forma a dar tempo para estarmos em Fulham para pegar o carro às nove horas. Calmo.

Ainda fiquei um bocado à conversa com o Leo antes de adormecermos os dois e só acordei com o despertador à hora combinada. Minutos depois tinha o Nuno a bater à porta, para ver se já estávamos a pé. Ele foi tomar um duche, de forma que aproveitei para fechar os olhos mais um pouco. Eu fui a seguir a ele e, contrariamente ao planeado, o Leo e o Tofu também não resistiram. Enquanto esperávamos fomos arrumando as mochilas, certificando-nos que não nos estávamos a esquecer de nada. Saímos de casa ligeiramente atrasados, mas confiantes que isso não iria ter grande importância - afinal de contas, o carro já estava pago.

Chegámos lá por volta das nove e meia, depois de uma curta viagem de autocarro. Levantar o carro demorou algum tempo porque o senhor teve que tirar imensos detalhes e fazer algumas perguntas. Curiosamente, o tipo que fez a reserva comigo ao telefone escreveu Asonso em vez de Afonso no apelido do Leo, de modo que o rapaz da loja se referiu a ele como Alfonso, Alonso, etc., o tempo todo. Bom demais. Infelizmente, como ele disse, o Corsa que tínhamos alugado não estava disponível, por isso ia ter de nos dar um upgrade... para uma Insignia, que - aparentemente - é muito melhor que o Corsa. Claro que para mim é tudo chinês.

Finalmente, perto das dez horas, ele lá nos deu o carro e nós seguimos viagem. Parámos um pouco mais à frente para olhar para as folhas que eu tinha impresso e rapidamente percebemos que não nos iam ajudar muito, uma vez que o ponto de partida não era o mesmo. Boa maneira de começar a viagem! O Leo (condutor de serviço) lá ligou o GPS do telemóvel dele e eu assumi o papel de co-piloto. Demorámos cerca de quarenta minutos até sair de Londres - sem trânsito quase nenhum! A conversa rolava calmamente sobre os mais variados temas, desde a melhor música de Congress até à pior banda de hardcore portuguesa. Chegar a Dover não foi problema e não apanhámos chuva, o que foi bom, uma vez que o céu estava meio coberto. O problema foi a fila interminável que apanhámos antes de chegar ao ferry, já bem apertados de tempo.

Demorámos cerca de cinquenta minutos para chegar à zona de check-in e quando o fizemos, já estávamos em cima da hora. O que nos valeu foi que, devido ao mau tempo, os serviços estavam todos atrasados cerca de duas horas. Assim sendo, acabámos por ter de esperar pelo nosso ferry na fila de embarque durante esse tempo. A viagem estava marcada de forma a sairmos de Dover ao meio-dia e cinquenta, para chegar a Calais uma hora e meia depois (mais uma hora por causa do fuso horário) e ao concerto outra hora e meia depois disso. Se o plano tivesse corrido como planeado, chegaríamos a tempo de ainda ver duas bandas antes dos Crawlspace (que eram a outra banda que queríamos ver), que subiam ao palco as seis e cinquenta. Deste modo, se o ferry se atrasasse um bocadinho mais que fosse, já ia ser complicado chegar lá a tempo de os ver do início. O festival começava às duas e tal tarde nesse sábado, mas nenhum de nós estava interessado nas restantes bandas. Restava esperar que o barco andasse, e a horas.

Saímos do carro e fomos até um pequeno edifício que tinha um Burger King e um Costa. Reformulo: tinha o Burger King e o Costa com as maiores filas que nós já alguma vez vimos. Eram gigantes. Eram tão grandes que se perdiam de vista. Tudo bem que o sítio não era muito grande, mas aquilo era ridículo. A ideia de comer por lá desvaneceu-se rapidamente e optámos por apenas visitar o WC. Descobrimos depois que, por causa do atraso, havia pessoal que estava ali à espera do ferry desde as onze da manhã. Rendidos à espera interminável comemos umas sanduíches de queijo no carro e ficámos lá sentados à espera de melhores dias - que chegaram por volta das duas e meia, tarde o suficiente para nos começarem a amolgar os planos e nos obrigarem a fazer contas de cabeça com as horas.

Entrámos no ferry, estacionámos o carro e fomos para cima. O ferry era brutal, muito semelhante àquele em que andei tanto com os Killing Frost como com os For The Glory. Eu sabia, de memória, que dava para vir cá fora, por isso fomos à procura da saída - que só encontrámos depois de, literalmente, dar a volta ao barco. Parámos ao pé de umas máquinas de jogo que lá havia perdidas e o Tofu e o Leo decidiram queimar umas moedas numa máquina de caça selvagem. Não era como se houvesse muito mais para fazer. Naquela altura só estávamos contentes por ter havido barco para nos levar para o outro lado! As contas vinham quando chegássemos a França.


Curiosamente, tanto um como o outro eram bastante bons no jogo. Bastante. Ao ponto de baterem os recordes da máquina. Ainda perdemos ali um bom tempo entretidos e, uma vez acabados os créditos, lá fomos em busca da porta que nos ia levar a apanhar ar. A vista era bonita, para trás via-se perfeitamente Inglaterra e um arco-íris lindíssimo. Para a frente... bom, para a frente viam-se nuvens negras e aquilo que aparentava ser chuva. O Leo lançou o alerta e eu não perdi tempo a dar uma corrida até à porta, não sem apanhar ainda com algum granizo e quase me enfiar de cabeça na porta por causa do chão molhado.


Para o resto da viagem fomo-nos sentar no café (fechado) na parte da frente do barco, onde arranjámos umas cadeiras confortáveis mesmo em frente a uma janela. Aproveitámos para fechar os olhos um pouco enquanto não chegávamos. A corrida contra o tempo não começou até saírmos do barco, com cerca de uma hora e pouco para chegarmos à sala do concerto de forma a ainda apanhar o concerto de Crawlspace desde o início - tarefa que nos estava a fazer todos engolir a seco. De novo, os mapas serviram de pouco e o GPS saltou cá para fora. A viagem acabou por se fazer bem e mais rapidamente que o tempo previsto, só complicando na chegada a Kortrijk quando nos apercebemos que ninguém tinha trazido a morada da sala do concerto. Eventualmente, pedindo indicações aqui e ali e um telefonema depois lá a encontrámos - o clima no carro estava tenso, mas bastou ver a sala, estacionar o carro e sair para o frio para voltar tudo ao normal.

Chegámos a duas músicas do fim do concerto de Crawlspace. A sala não aparentava estar completamente cheia, pelo menos o dance floor estava relativamente aberto e com espaço. A primeira malha que eles tocaram era do disco novo, por isso fiquei só cá atrás a apreciar enquanto saboreava o pouco movimento que havia no pit. A segunda não era uma nova e eu não resistir a me mandar lá para o meio também assim que soou a parte lenta. O que seguiu foi um episódio reminescente daquele que me aconteceu no primeiro concerto de For The Glory, onde levei um soco na intro e fiquei logo a sangrar do nariz, tendo que ir à casa de banho deixar o sangue antes de voltar para mais acção. Claro que desta vez não houve casa de banho. Nem intro. Simplesmente levei com um punho vindo do nada - como normalmente acontece neste tipo de concertos - que me abriu um senhor rasgão no lábio. Felizmente foi fora o suficiente para eu poder enfiar essa parte do lábio na boca e continuar o que estava a fazer, mas confesso que a única coisa que me passava pela cabeça era se teria de levar pontos ou não: algo que não me estava nada a apetecer. Nada.


Findo o concerto fui até à casa de banho ver ao espelho quão grande era o dano e... não fiquei de todo confortado. O golpe (em três sítios) era aquilo que os ingleses chamariam de nasty. Creio que mais um bocadinho e não me tinha safado dos pontos. Lá passei a boca por água, cuspi o sangue e voltei para dentro à procura deles, que entretanto tinham desaparecido. Fomos para o lado do palco e vimos daí o concerto de Six Ft Ditch. Quer dizer, o Nuno e o Leo bazaram passado duas ou três músicas, mas eu e o Tofu ficámos lá até ao fim. Estava muito calor na sala e eu estava meio desconfortável, tanto do lábio como do casacão de Inverno. O concerto foi ok, nada de especial. O vocalista, para além de falar um inglês bem estranho e imperceptível, deve ser daqueles que acorda todos os dias e chora por não ter nascido nos Estados Unidos. A sério... Rapper do ghetto só a dizer lixo atrás de lixo não estava a dar. Na boa, eu por acaso até curto as malhas por isso estava a curtir o concerto, embora o pit estivesse fraquinho. Havia movimento aqui e ali, mas não passou disso. A última malha era uma cover da intro de SOD e eu e o Tofu aproveitámos a deixa para irmos lá para cima ter com eles.

O andar de cima do JOC (um centro para jovens - muito comum naqueles lados da Europa) era onde estava a comida (que já tinha acabado por aquela altura, deixando-nos sem grandes opções) e o merch. O Leo conhecia lá o mano vocalista de uma banda francesa e foi mesmo a ele que acabámos por perguntar se não sabia de alguém que nos orientasse sítio para dormir. Ele conferiu com um miúdo que disse logo que sim, que era na boa. Safos. Depois de estarmos lá um pouco na galhofa, descemos para ver Congress. Eles estavam um pouco desapontados porque, aparentemente, umas semanas antes os Congress confirmaram que o vocalista original (o Pierre) não iria estar lá, sendo substituído pelo de Sektor. Eu estava naquela, excitava-me mais ver o Josh que o Pierre, mas pronto.

Por esta altura a sala estava bem cheia e os Congress estavam no palco a fazer soundcheck. Todos vestidos como se tivessem vindo agora de casa, sem grandes preocupações ou manias. Só percebi passado algum tempo que era o UJ no baixo, agora de cabelo rapado...! Estranho, muito estranho. Mas boa onda, claro! O concerto em si foi fixe, tocaram muitas músicas que adoro e muitas que me são completamente indiferentes (não percebi bem o critério na escolha, para além de escolherem apenas músicas dos primeiros discos). A acção no pit não foi tão espectacular como da primeira vez que os vi, há muitas (muitas!) luas atrás. O chão estava molhado, a maioria do pessoal que lá andava era miudagem que só se sabe mexer em partes paradas. Matou um bocado o feeling que podia ter feito deste um concerto memorável. Não foi mau, foi bom, mas faltou-lhe ali qualquer coisa. Claro que dadas as circunstâncias e tendo em conta que o tipo de Sektor não sabia metade das letras, o meu foco foi directamente para o Josh, o meu Iommi do hardcore. Muito headbang foi feito naquele set. Ainda representei bom mosh à 2002 com o lábio enfiado para dentro da boca, mas foi por aí que fiquei. O Nuno e o Leo andaram lá mais activos, mas passado um pouco estávamos todos na base do headbang. Na descontra. No final a opinião em relação ao concerto era unânime: mixed feelings, como se diz por aqui.

O miúdo com quem íamos ficar acabou por nos despachar para outro miúdo, que já ia ficar com os Alea Jacta Est, sem stress. Antes de ir dormir (o concerto acabou cedo, perto das dez da noite) eles ainda queriam ir a um bar e nós, claro, não podíamos dizer que não. Sorte tínhamos em ter arranjado sítio para ficar. Quando chegámos ao bar, rapidamente percebemos que o melhor era irmos comer calmamente e depois voltar para lá, na esperança que eles já se quisessem ir embora. Depois de uma curta paragem para o Tofu levantar dinheiro, fomos a um pequeno snack-bar (AKA frituur) chamado Chaplin, onde devorámos uma maravilhosa refeição. Eu optei por panados de queijo, tubos de mozzarella, batatas fritas com mayo e um Coca-Cola, os meus camaradas optaram por pratos com carne, claro! Estava bom, estava muito bom. Esta óptimo, e não estou a exagerar. Comer esse tipo de comida com garfo e faca por causa do golpe no lábio? Não tão fixe.



Depois disso ainda apanhámos uma boa seca no bar à espera que a criançada se decidisse a ir para casa, algo que não aconteceu até perto das duas e tal da manhã, tendo em conta que a hora tinha atrasado nessa noite para o horário de Inverno. Seguimos a carrinha dos franceses até casa do miúdo, que parecia nunca mais chegar. Estávamos todos bastante cansados e eu confesso que já estava a lutar comigo mesmo para me manter acordado. Parecia que a casa dele nunca mais chegava! Finalmente, para nosso regozijo, lá acabou por chegar. Entrámos os quatro e não demorou até que ficássemos chocados.

A casa era fixe, uma vivenda grande numa rua pacata onde não se deve passar muito. Mal entrámos para a sala - que dividia o espaço com a cozinha e era bastante grande - que estava mais desarrumada que uma loja de roupa depois do primeiro dia de saldos. Brinquedos por todo o lado, coisas partidas e muita desarrumação. Para finalizar a peça, só mesmo estar a dar um programa do Justin Bieber na televisão e o dito irmão andar aos pinotes pela sala a fazer as coisas mais estranhas, desde cortar pacotes de gomas a brincar com bonecos. Estranho, tudo muito estranho. E nós sem perceber bem onde é que íamos dormir.

Entretanto os Alea Jact Est foram dormir (honestamente, fiquei sem perceber onde) e a mãe do miúdo pôs-se à conversa connosco. O tom de surrealidade que este episódio foi é difícil de explicar em palavras, especialmente tendo em conta o cansaço que eu tinha em cima. Lembro-me dela a dizer que era das Filipinas, a mostrar fotos do filho quando era mais novo, a dizer que gostava muito de sea pods (sea food) e que tinha uma irmã em Portugal, ou que ia muitas vezes a Portugal. Acho que ela se chama Rita, mas posso estar a inventar. Para além disto, foi-nos buscar colchões, cobertores e almofadas. Hospitalidade, é você? Passado um tempo eles lá se foram deitar e nós, ainda a recuperar do choque (a sério, antes de me ir deitar ainda encontrei um tanque com uma tartaruga e um vaso gigante com água bem suja e um peixe), lá fomos montar o nosso estaminé. O Nuno ficou num sofá, o Leo e o Tofu no colchão (uma esponja gigante) que ela trouxe e eu pus as almofadas de um sofá no chão e chamei-lhe cama. O nosso dia tinha chegado ao fim. Foi pôr o despertador para as sete e tal e encostar a cabeça na almofada.


Acordámos com o despertador e não demorámos a nos aprontar para seguir em direcção a Calais, que ficava a pouco mais de uma hora de distância. Parámos um pouco depois de sairmos de lá para o Nuno e o Leo irem a uma pequena padaria comprar o petit dejeuner, que acabou por ser uns pães com chocolate, que estavam bastante bons, e um leite com chocolate a acompanhar, que acabei por não beber (por causa do lábio, claro). Chegámos ao ferry bem antes do tempo previsto e fomos dar uma volta enquanto esperávamos. Não havia lá muito para ver, de modo que acabámos a bater uma boa sorna dentro do carro à espera que chegasse a hora do embarque.

A viagem de regresso foi igualmente calma, com mais umas moedas gastas na máquina de caça no safari, que nos ocupou parte do trajecto. O resto do tempo passámos num dos salões, eu a jogar no telemóvel, o Tofu e o Leo a dormir e o Nuno a andar por aqui e por ali. À chegada a Inglaterra vi nas notícias que o atrasado do dia anterior se tinha devido a um acidente entre dois ferries, exactamente um dos que tinha saído antes do nosso. Não houve feridos, aparentemente chocaram por causa de onde provocadas pelo mau tempo. Está boa. No regresso a Londres optei por vir no banco de trás, passando o Nuno para a frente. A playlist que tocou foi composta maioritariamente de êxitos dos Irmãos Catita ou dos Ena Pá 2000, duas bandas que eu dispenso profundamente. Pus os meus headphones e deixei-me dormir - a viagem tinha valido mais que a pena e a felicidade de estar ali, naquele momento, com aquelas pessoas, era suficiente para eu não me querer preocupar com mais nada. Por muito que os anos passem, há coisas que nunca mudam.


4 comentários:

Tudo M'irrita disse...

Sylar! you're alive! já achava estranho não haver relatórios de concertos e viagens à tanto tempo!
Ainda uma noite destas sonhei q andava perto do Big Ben contigo :D I miss London!
Kiss!

André disse...

Epá, eu às vezes tenho de me beliscar para acreditar que alguma vez te conheci e não foi só um sonho (se calhar esse de que falas!). É que tu só dás notícias mesmo quando o rei faz anos. Se tiveres Whatsapp manda-me um holla back lá que eu tenho um milhão de novidades e curtia saber as tuas.

Já agora, conheces o Facebook?! :p

Leandro Afonso disse...

UM GAJO VIVEU!!

Daniel Simões disse...

Boa cena!! Estas viagens valem pela vida!!