15 de maio de 2011

Atari Teenage Riot @ Islington Academy

Cerca de um ano volvido os Atari Teenage Riot voltam a Londres para abanar mais umas cabeças e apresentar um disco novo. Óptimo, penso eu. Se há banda que recebe atenção da minha parte, são eles. Volta e meia ponho a tocar a discografia e nem dou pelo tempo a passar.

Foi assim com alguma excitação que saí directo do trabalho para Islington, que ainda fica a cerca de 35/40 minutos de metro de Hammersmith. Lá chegado, passei um olho rápido nas horas de palco e fui calmamente jantar lá perto. Os Atari Teenage Riot não subiam ao palco antes das 21:30 e ainda que tivesse interesse em ver os Kap Bambino (por curiosidade) não era algo de que fizesse assim grande questão. Aproveitei então para jantar e adiantar um pouco o livro que estava a ler na altura. Por volta das 20:00 dirigi-me à sala, onde levantei o meu bilhete e entrei. A banca de merch não tinha a maior variedade do mundo mas pensei para mim que antes de sair voltaria a passar por lá para comprar uma t-shirt e um poster.

Arranjei um lugar fixe, bem à frente e encostei-me à parede enquanto esperava que começasse o set dos Kap Bambino. Fiquei mais ou menos no mesmo sítio onde tinha ficado quando lá fui ver a banda nova do Jello Biafra. A Islington Academy é muito provavelmente uma das minhas salas preferidas em Londres. É super-confortável e tem um som brutal. O palco não é muito alto e com 500 pessoas a sala está quase completamente cheia. Os Kap Bambino começaram a tocar para um público interessado e que se ia mexendo esporadicamente. O grupo é composto por um DJ e uma vocalista que se abana toda. O som é electro com mais qualquer coisa barulhenta à mistura. Não desgostei, mas não creio que me apanhe a ouvi-los em casa.

Depois de mais uma curta espera, subiram ao palco os Atari Teenage Riot. A sala estava já bem composta e o único espaço livre que havia era no fundo da sala, junto à entrada. O público, muito como da última vez que os vi, consistia de uma mistura de punks, metaleiros, ravers, góticos (!) e 'normais'. Desde o puto de 17 anos ao cota de 40. Note-se que este concerto era o oficial do lançamento do novo disco e como tal não estranhei que as primeiras 4 ou 5 músicas que tocaram fossem novas. O público mostrou-se receptivo, mesmo não conhecendo ainda as músicas. Eu já tinha ouvido um par de vezes o stream do novo disco no site da NME e conhecia-as mais ou menos, nada de profundo. Depois disso foram rolando temas antigos ocasionalmente tocando um ou outro novo. Ainda que não tenha contado, estou em crer que tenham tocado o disco novo na sua compleição.

A meio do concerto houve um indivíduo que caiu desamparado mesmo atrás de mim e que foi prontamento socorrido por um enfermeiro. Algo a ver com o joelho, não deu para perceber bem. Uma coisa que gostei de ver foi os seguranças a passarem (literalmente) copos de água às pessoas que estavam nas filas da frente. Não sei se foi requisito da banda ou não mas foi fixe de ver. Houve também tempo para um encore que, de novo, misturou músicas antigas com novas. No fim as caras espelhavam um pouco quão bom tinha sido o concerto, muito como há um ano atrás. Embora eu tenha preferido o concerto do Electric Ballroom por ter sido mais intenso, cru e inesperado, este não lhe ficou atrás. A principal razão para esta diferença passa muito pelas músicas novas que, ainda que continuem a ter o carimbo de qualidade dos Atari Teenage Riot, são mais compostas e em certos casos menos urgentes, dando outra dinâmica ao concerto. Tirando isso, nada a apontar. Continua a ser uma banda difícil de igualar ao vivo e se cá voltarem, eu lá estarei. Start the riot, now!!

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