Acho sempre graça quando alguém que esteja de alguma forma relacionado com o movimento hardcore ou punk me diz que não gosta de Sex Pistols, nomeadamente deste disco, já que foram eles, ainda que pela mão de Malcom McLaren, que trouxeram o punk rock do outro lado do oceano e lhe deram uma boa dose daquilo que lhe faltava: a atitude.
É um disco sonoramente regular, que não surpreende ninguém por ser inovador mas também não desaponta. O que fez dele um marco na história da música (e mesmo na história) foi a atitude irreverente da banda e das letras, numa altura em que se ser diferente não era aceitável, muito menos o era ir contra tudo e todos. São as letras arrogantes, abrasivas e destruidoramente inteligentes que Johnny Rotten faz questão de entoar de forma possuída, como se ele próprio fosse a voz da revolta, que talham as 12 músicas que compôem o disco e fazem dele aquilo que é. Todo o artwork se distancia também do movimento punk americano e suas raízes artísticas, dando outra dimensão ao movimento e acabando por definir aquilo em que se viria a tornar.
É sabido que os Sex Pistols não passaram de um produto ou de um veículo de propagação de caos e confusão mas ainda assim há que lhes dar todo o mérito pois mais nenhuma banda o conseguiu fazer de forma tão rápida e eficaz, e bem que o mundo estava a precisar de um abanão.
2 comentários:
Há uns meses, ia com a Joana no carro e comecei a cantar, ela sabendo a minha antipatia pela sujidade, estranhou que eu ouvisse isso, mas não há mesmo maneira de não gostar do LP de uma ponta 'a outra.
deviamos fazer uma banda punk e tocar squats na alemanha. word.
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