Confesso que adoro a sensação que provoca ouvir um disco pela primeira vez e sentir que nesse momento mais nada interessa. Há discos capazes de ter esse magnetismo à primeira audição, absorvendo-nos para um universo paralelo. White Pony é o terceiro disco dos Deftones e revelou-se um grande passo em frente na carreira deles, como poucas bandas são capazes de fazer. Sendo na altura altamente conotados com o movimento nu-metal, este disco distanciou-os de toda e qualquer associação a bandas do género. Não há muitas músicas com a intensidade da Pink Maggit, que fecha o mesmo com os seus 7 minutos e 32 segundos de puro deleite. É um disco onde tudo parece estar no sítio certo e nada acontece por acaso, uma jornada que nos leva a passear ao longo de quase uma hora com uma paragem na lua para descansar.
White Pony é pesado, mas igualmente suave e com bastantes indícios de abstracção, principalmente nas letras. No meio de todas as músicas algumas revelam-se mais que outras, chegando a roçar o nível da perfeição. Desde riffs aguçados a ambientes digitais, White Pony é um marco que os Deftones difícilmente conseguirão igualar ou superar em termos de qualidade. É o disco que oiço quando preciso de me afastar do mundo por um bocado, e normalmente resulta.
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