28 de agosto de 2015

Ringworm @ The Ottobar (Baltimore)


Uh, ah! Ringworm a tocar em Baltimore numa altura em que eu estou por perto e posso lá passar? Presença óbvia, como é óbvio. O David apanhou-me na estação da Greyhound depois de uma confortável viagem de quatro horas e tal de autocarro. Jantámos pizza e seguimos para a sala. A primeira banda estava a acabar de tocar (nome?!) por isso só vimos a partir da segunda. A sala estava... vazia. Literalmente. Tinha dez ou quinze pessoas no máximo. Apesar disso até gostei dela, com degraus à volta para quem se quiser sentar, o palco com o tamanho certo e som relativamente bom. Thumbs up, mesmo com o ar condicionado no máximo!

A segunda banda a tocar chamava-se Iron Price e, surprise surprise, até nem eram nada maus. O som de guitarra era cru e as mosh parts bem duras. A certa altura o flow deles começou a lembrar-me Merauder - o que não é um mau apontamento no meu livro! Pelo contrário. Merauder com a ocasional parte mosh? Sign me up! A presença em palco foi média, embora desse para ver que eles não se importavam muito com isso. Talvez por ser europeu me faça alguma confusão olhar para um vocalista que é tão gordo que a t-shirt é que o acaba por usar a ele. Enfim. Tinham demos para oferecer mas como não tenho leitor de CDs não peguei uma. Voltava a ver na boa, though!

Depois tocaram os Culture Killer e, mais uma vez, o som até nem era mau de todo. Pesado, com bom groove, boas partes paradas e death metalada a montes. O vocalista, no entanto, era um bocado estranho. Quer dizer, era um bocado cópia do Phil Anselmo. O cotovelo levantado, o cabelo rapado só de um lado - um verdadeiro cowboy do inferno, se é que sabem do que falo. Quem falava entre as músicas era o guitarrista, algo que eu acho sempre meio estranho. Eu sei, eu sei... old fashioned. Censurem-me. Se é o vocalista que canta, é o vocalista que fala. A não ser que seja uma banda tão vegan que torna o palco num comício político e toda a gente tem uma opinião que importa.

A terceira banda que vimos foram os White Widows Pact e... não. Este André não é grande fã daquilo que viu. A primeira razão foi eles tocarem metalcore do mais genério possível. Nem copiado, nem original. Apenas era. Aquela sensação que já se ouviu aquela música em qualquer lado? Isso. A segunda razão foi eles serem a autêntica banda paleta - ou que está a tentar brincar ao mini mainstream. O vocalista com os seus moves coordenados (ele também gosta do Anselmo) até se safava melhor de todos. O baterista era o típico maluco da banda, achei bonito ele abraçar todos os membros da banda antes do ser começar. #teamplayer. Os outros andavam pelo palco como se estivessem num vídeo do YouTube. Desculpem lá, mas eu passo!

Por fim tocaram os Ringworm. A sala, neste momento, devia ter cerca de vinte pessoas - incluindo bandas. Em circunstâncias normais eu tinha partido uns côcos durante o set deles mas mosh em salas vazias não é bem o meu filme. Prefiro estar na minha como se eles estivessem a tocar para mim, que foi o que aconteceu durante o Justice Replaced By Revenge (que eles tocaram na íntegra). Claro que depois disso tocaram a The Sickness e a coisa aqueceu um pouco. Aqueceu tanto que quando começaram a Numb/Blind to Faith eu só parei de aviar fregueses depois do fim da Necropolis, que veio logo a seguir. Primeiro disco deles ao vivo = não conseguir estar parado.

Em 2005 eu voei para os ver na Alemanha e em Londres, naquele que foi o regresso deles à Europa. Desta vez - dez anos depois - vi-os tocar o JRBR na íntegra. Não está mau. Valeu a curta conversa com o vocalista no fim, que agora já sabe que eu tenho tatuado no ombro o feioso do Birth Is Pain (que foi ele que desenhou). Foi uma noite bem passada, só foi pena que não tenha aparecido mais gente para o concerto mas, como disse o James (HF), numas noites há mais gente, noutras menos. A festa? Essa continua. Oh well, toca a Necropolis! Agora! Para sempre!

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