Diziam os Minor Threat que "não é quão velho sou, é quão velho me sinto" e não poderia concordar mais com essa afirmação. Faz hoje três anos que acordei com um quarto de século. Desde então que na minha mente os anos vão andando de trás para a frente, sendo que agora faltam qualquer coisa como 72 anos para os tais 100. Não é um objectivo mas sim uma maneira diferente de encarar as coisas, um estado de espírito. Vejo e oiço muitas pessoas a queixarem-se da idade e dos problemas (entenda-se responsabilidade e envelhecimento) que ela traz mas sem nada fazerem em relação a isso. Parece que com a idade vem uma maior despreocupação relativamente ao bem estar físico e psicológico e a realidade é que quanto mais queixosas as pessoas são, menos esforço é visivel da parte delas em relação a uma mudança. Nunca vivi preso a um passado que me tenha marcado ou perdido no sonho de um futuro idílico, talvez porque ache que o melhor ainda está para vir e principalmente por haver tanto para ver, fazer e viver lá fora.
Nunca fui de rotinas ou imposições, tendo sempre tido algum problema em ter que fazer coisas contra a minha própria vontade. Estou agora num momento chave da minha vida e que vai muito provavelmente marcar o meu futuro. Mais importante que tudo sinto que o meu futuro depende de mim e é essa a força que preciso. Não me agrada a ideia de trabalhar para um patrão a fazer algo que não é bem aquilo que gostava de estar a fazer para o resto da vida. Não tendo acabado nenhum dos dois cursos universitários que comecei, a realidade é que até não me tenho dado mal. É nessa capacidade de perseverança que me tenho concentrado ultimamente para passar mais algumas barreiras. As mais difíceis, as que nos permitem acabar com maus hábitos para começar outros que nos fazem bem. Este foi um ano importante nesse sentido e com várias mudanças que já estão a repercutir alguns efeitos.
Sinto que a magia de viver é acordar neste dia, ano após ano, e medir quanto cresci. Sentir que quanto mais tempo passa, mais experiência tenho, mais sei e mais controlo tenho sobre mim mesmo. Sentir que estou mais maduro e que aos poucos vou conquistando o mundo que tenho à minha volta e conseguindo aquilo que é o melhor para mim. É uma energia imensurável. Os dias vão passando e com eles eu vou crescendo, de forma calma e saudável. Sem pressa, submetendo-me apenas à minha própria vontade.
O mais importante é que me sinto feliz. Feliz pelo que tenho, pelo que consegui e pelo que espero ainda vir a conseguir. Não me chateia não ter um curso, prospectos de uma carreira, uma casa própria e não estar casado e com filhos. Foram opções que tomei e com elas vou ter que lidar para o resto da vida, tenho noção disso e não é algo que me aborreça. Se houve algo que eu aprendi ao longo dos anos foi que tudo é possível, desde que se lute por isso. E para tal só é preciso força de vontade e as ideias no sítio, algo que me orgulho de ter.
Por dentro sinto que tenha 28 anos mas de resto, qualquer semelhança entre o dia de hoje ou o mesmo dia há 10 anos atrás não é pura coincidência. Um brinde à quase-chegada dos trintas e que estes sejam os novos vintes, como por aí apregoam.
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4 comentários:
tudo de bom tu mereces!Titita
Andy O, gostei do texto e concordo com muito do que disseste!
Liguei-te para te dar os parabéns no dia 2, mas não consegui falar contigo, quando te apanhar em tempo real logo confirmo se tenho o número certo.
Grande abraço!
tens é de vir cá malandro. não queres vir cá passar 10 dias que o quarto do lado está livre?
Vi isso no fórum e era bem bacano, mas não dar porque este mês vou bazar do trabalho em que estou e tenho de deixar tudo pronto.
Lots of changes in João Moreira's world
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